Tuesday, January 27, 2009

'Pensei sobre sentimentos. Parte animalesca do homem que o tira do seu pedestal de ser racional. Porque o sentimento pouco tem a ver com a frieza da lógica.' Mas porque todos repetem isso?!! Sempre desconfiei desse papo de paixão está diametralmente distante da razão. Ao acabar de ler um blogue me reveio essa divagação. Muito manjado bancar uma de sentimental para fazer alguma coisa burra. Não vejo os sentimentos sobre essa ótica polarizada dos entes do cotidiano. Observo que os sentimentos e intenções também fazem parte do estudo e do método científico, não é sem paixão que você estuda nomeclaturas de todos os músculos do organismo humano, sem paixão(?), resta o medo. Tudo está relacionado, mais do que nunca, aprendo isso lá nas Ciências da Saúde, mas não nas salas de aula! Nas salas, aprendemos nomeclaturas, depois funcionamentos, depois patologias, depois fármacos, etc, etc, etc, etc, etc, etc, depois só muito depois alguma reflexão sociocultural ou filosófica sobre o homem. Aprendo esso integralidade lá pelos corredores, praças, reuniões, comunidades. O indivíduo tem o seu próprio corpo físico, que não está desatrelado da sua saúde mental, espiritual ou social. Esse organismo não é só o humano, é a família, o casal, o movimento, uma cidade, um planeta, todos na beira de um abismo, mas sustentados por duas cordinhas chamadas razão e paixão? Não! Isso seria uma visão muito reducionista do cotidiano reflexivo de qualquer pessoa. Tudo é uma coisa só. Besta de nossos ancestrais europeus modernistas que dividiram o saber dos sentimentos. Tudo é uma coisa só.

Monday, January 12, 2009

Defendo os amantes que se escondem
e desbordam em rápidas carícias;
os furtivos, urgentes, os amantes arriscados, possessos e valentes.
Defendo os amantes veradeiros,
os que assumem o risco da noite,
os desnudos amantes do escuro, sangrando em doces mordidas.
Defendo os amantes perseguidos,
os amantes de parques apagados,
os amantes camuflados, os defendo, os cuido, os invejo.

Augusto Blanca

Saturday, January 10, 2009

A fruta não estava doce, e ela ainda fez a questão de deixar o café amargo. Era uma manhã cinza, não, era um baita verão, mas pra ela era cinza. Sua obsessão por música e as tintas estavam voltando, mas isso não quer dizer que a sua veia artística estava mais quente. Seus olhos ontem à noite, ali sim, era sangue nos olhos navegando com Órion, relutando com todo astro para proteger a sua amada, Lua. Mas voltando à fatídica manhã, a moribunda não se concentrava, perdia seu olhar por 10 min a cada 30s, mas quem não se perde escutando Smiths e Cazuza?
Ela se perdia, tinha uma espécie de medo de estar subjetivando as coisas demais, mas que tola, será que tinha esquecido o que é amar. Mas tudo é muito rápido, tudo é muito, tudo é.
Esta noite abriu seus olhos, e nunca mais ia dormir.

Thursday, January 01, 2009

Essa cor te confunde?

Um negro perguntando a um branco...
Um vestido vermelho à camisa caqui...
O preto perguntando ao branco...
Uma escala de Blues ao Sí menor!