Wednesday, October 08, 2008

Ele acordou em uma manhã habitual, sempre acorda mal humorado, até numa noite que finalmente consegue dormir cedo, mas não adiantou de nada, acordou cansado e com dor no pescoço. Apronta seus papéis, agenda e cadernos, e zarpa para a sua famigerada faculdade de comunicação, já se passava 2 anos dentro da academia, e sinceramente não aguentava mais as aulas. Nunca conseguiu ter uma férias de fato, sempre envolvido com a sua pesquisa com o professor de sociologia. Quase não acreditava, estava chegando, há tempos vinha planejando essas férias. Sairia no primeiro dia da tal, iria subir a serra e acampar com amigos. Nunca tinha fumado, nunca tinha tomado um porre, já teve namoradas mas nunca faziam nada de mais, toda essa ansiedade misturada com medo e uma pitada de rebeldia o fascinava, e o temia. Estava em fim de período, não poderia passar muito tempo divagando. Até mesmo essa própria divagação, ele teve no onibus. Chegando à faculdade, poxa, não tem aula! Não era muito uma sensação de alegria, próxima semana seria a avaliação, e mal teve aula durante o semestre, e vai que ele poderi...
Sem pensar duas vezes foi direto pra praça da faculdade, grama verde, sol, filhotes de gatos, livros jogados, e uma algazarra vindo de um grupo sentado em círculo. Bem, lógico que era os seus amigos, nos seus cotidianos cigarros de maconha, exceto por hoje, era um verdadeiro charuto! Já provara uma vez, mas no bolo, não gostou, estava em um dia ruim, não fez piada besta, nem falou, nem riu, depois disso nunca mais, nem seria hoje... ou não. Ele sentou cumprimentando e perguntando sobre a organização das viagens, hm, todos riram, já estava acostumado, riu de esquina e se deitou na mochila, só teriam aulas pela tarde, estava doído, mas não ia dormir. Escutando alguma música dos Beatles, olhava para a sua melhor amiga, excêntrica libriana, eram tão parecidos... Logo viu alguém que estava ao seu lado, o fitando e rindo calmamente, nunca tinha visto sorriso tão cativante, era interessante, todo o seu rosto ria, aliás, todo o seu corpo expressava qualquer sentimento de uma melancolia estranha e sorridente. Um pequeno vestido verde indiano e profundos olhos negros, poxa, os Beatles até sumiram aos ouvidos quando ela falou "Oi". Odiava escutar música pela metade, mas hoje iria abrir uma exceção.

2 comments:

Dauri Batisti said...

Bem amigo, vim agradecer sua visita ao ESSAPALAVRA. Obrigado.
Aproveitei e li seu texto. Tem um "clima" de anos oitenta.Não importa, o que importa são os sonhos, aspirações. valeu.
Abração.

Anonymous said...

Nem é você, quequeisso.

Libras, sempre presentes ahahahha :PPPPPP

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